DIÁLOGOS: Interpretando Machado


"Tenho particular amor às borboletas। Acho nelas algo das minhas idéias, que vão com igual presteza, senão com a mesma graça."
Machado de Assis


Artistas Plásticos dialogam com Machado de Assis
11/09/2008 - 15h48
Diálogos – interpretando Machado, é a nova exposição que a Biblioteca Pública do Rio de Janeiro inaugura na próxima quinta-feira (18/9), às 15h। A mostra vai reunir 20 artistas plásticos apresentando obras sobre papel nas mais diferentes linguagens - desenhos, pinturas, colagens, gravuras e outras - e tamanhos variados. No convite feito a cada um para participar da homenagem ao centenário do Bruxo do Cosme Velho, foi proposto o tema: o universo de Machado de Assis através de sua vasta literatura, ou até mesmo de sua personificação.
O resultado é surpreendente. Lívia Butiry, por exemplo, adentrou ao universo poético do rapaz Joaquim Maria Machado de Assis que aos 25 anos de idade escreve "Chrysalidas", seu primeiro livro de poesias, publicado em 1864, e que se manteve "esquecido" até sua reedição no ano 2000. Sob o mesmo título, a artista criou sua obra a partir de uma foto clássica de Machado na escrivaninha.
Marcio Zardo diz que sempre buscou agregar a poética da palavra a elementos plásticos e neste trabalho propõe um diálogo sem palavras.
- Trata-se de um texto que se desvia dos padrões convencionais ou previsíveis presentes no ato discursivo. Nela, Brás Cubas e Virgília estão separados por esse espaço que desnarrativiza sua história, como se impedindo que uma história comum se construa entre eles, explica Zardo.
Monica Almeida, também toma o Finado para apresentar uma fotomontagem inspirada no capítulo sobre o "Emplasto Brás Cubas". Do mesmo "Memórias Póstumas", Marie Iwakiri trabalha com a dedicatória do defunto-autor. Curioso, ainda, o processo de criação de Roberto Tavares, também curador da exposição. A partir da cédula de mil cruzados, com a estampa de Machado de Assis, e trecho do capítulo "A Esmola da Felicidade", da obra "Esaú e Jacó", fez uma montagem com uma linguagem construtivista em espaços de sobreposições.
Vários contos serviram de inspiração. Ana Herter escolheu "Uns Braços" e Fernando Domingues, "A Igreja do Diabo". Antonio de Siqueira partiu de "O Espelho" desenvolvendo uma obra-instalação.
Ainda participam da exposição: Alexandre Alves, Carlito Rodrigues, Cristina Mirtes, Denize Torbes, Eduardo Ribeiro, Eric Collette, Ílcio Lopes, Paula Erber, Pablo Mello, Rosane Cantanhede, Ronaldo Levy e Tereza Cristina Maria.
Seviço
Diálogos – Interpretando Machado
Biblioteca Pública do Estado do Rio de Janeiro (Av. Presidente Vargas, 1261 – Centro)
Data e horário: abertura 18 de setembro de 2008, às 15h