arte e design

A necessidade da arte

  “A função da arte não é a de passar por portas abertas,
mas é a de abrir as portas fechadas”.

Ernst Fisher


No dicionário existem várias definições para a arte: capacidade que tem o ser humano de pôr em prática uma idéia, valendo-se da faculdade de dominar a matéria; a utilização de tal capacidade, com vistas a um resultado que pode ser obtido por meios diferentes;  atividade que supõe a criação de sensações ou de estados de espírito de caráter estético, carregados de vivência pessoal e profunda, podendo suscitar em outrem o desejo de prolongamento ou renovação;  a capacidade criadora do artista de expressar ou transmitir tais sensações ou sentimentos. Entre muitas outras. A arte engloba todo o tipo de expressão humana como a escrita, a música, a dança, a pintura, a escultura e outros tipos.

Não existe apenas uma definição para a arte. A arte é um fenômeno cultural, sendo assim, seu estado é o movimento. Talvez daí venha o termo “movimentos artísticos”. A arte muda juntamente com a sociedade, com a própria história, e, para entendê-la, somos levados a, primeiramente, conhecer a nossa história e seus pensadores.
Ernst Gombrich (1909 - 2001), famoso historiador de arte, afirmou que: “nada existe realmente a que se possa dar o nome de Arte. Existem somente artistas”. Gombrich,  autor de um dos livros mais populares dentre os adotados pelas instituições de ensino de História da Arte, em vários países: The Story of Art (A História da Arte), publicado em 1950, foi um dos mais célebres historiadores da Arte do século XX, especialmente por seus estudos sobre o Renascimento. Segundo Gombrich  “toda geração se rebela de algum modo contra as convenções de seus pais; toda obra de arte expressa sua mensagem a seus contemporâneos não só pelo que contém, mas pelo que deixa de conter.”




A Arte no Pensamento

 Desde os tempos mais remotos o homem fazia arte e seus vestígios continuam espalhados pelo mundo. E, através da arte, o homem conhece a si próprio.
Por necessidade, o homem inventou as ferramentas e, a partir delas, os utensílios. Desde então o homem transforma a natureza de acordo com suas necessidades. Juntamente com seus instrumentos de trabalho, o homem desenvolveu a linguagem. Primeiramente como forma de comunicação e, mais tarde, como forma de expressão, em uma sociedade que se dividia em classes.
Segundo Ernst Fischer, “(...) Na sociedade recém dividida em classes, o papel do feiticeiro era repartido entre o do artista e do sacerdote, aos quais se acrescentaram depois o médico, o cientista e o filósofo. O íntimo vínculo entre a arte e o culto só gradualmente veio a ser rompido. Mas, mesmo depois deste rompimento, o artista continuou a ser o representante e o porta-voz da sociedade.” 
Na Antiguidade clássica, não havia uma separação definida quanto à filosofia da arte. A estética era estudada fundida com a lógica e a ética. O belo, o bom e o verdadeiro formavam uma unidade. Desse modo, se pretendia alcançar a essência do belo, levando em conta os valores morais.
No idealismo de Platão, na obra Fedro, vincula o fenômeno arte a um aspecto mais metafísico, contraria a estética pura e estabelece uma relação da idéia do belo, do amor e da arte com sua Teoria das Idéias e da Imortalidade da Alma.
Aristóteles, em conformidade com o realismo grego, considera a arte como imitação. Com sua “Arte poética”, ressalta que a arte busca a essência interna de todas as coisas e que, ao experimentá-la, um enorme prazer se manifesta proporcionando uma sensação de alivio. A este fenômeno denomina catarse, uma espécie de gozo intelectual, que purifica e acalma a alma. Como é o caso da tragédia, que imita a vida e suas emoções.
Plotino nas Enéadas segue a inspiração idealista platônica, e indaga se o belo consiste em simetria e medida, pois tais critérios se resumiriam à beleza física, plástica. O belo englobaria, também, os outros aspectos do ser.
Na Idade Média, escolástica, representando o último período do pensamento cristão, a arte é uma virtude do intelecto. A preocupação da arte é transmitir valores religiosos, que se exprimem, especialmente, através dos afrescos nas grandes decorações murais, nas quais expressam o sentimento de religiosidade dos artistas e da sociedade em geral, surge a intenção de estudar a estética independente de outros ramos filosóficos.
No fim do século XIII, o artista italiano Giotto cria o estilo realista, marcando o fim do período medieval na história da arte e o começo do Renascimento. Com o Renascimento, o filósofo italiano Giambattista Vico (1668-1744), que, em sua famosa Ciência Nova (Scienza Nuova ,1735), valoriza o estudo das realizações do homem, e, portanto, da arte. Segundo Vico, a obra de arte é dotada de quatro características: a arte é fantástica, alógica, infantil e metafísica. A partir daí a filosofia da arte toma novos rumos e o aspecto metafísico da arte se intensifica.
A arte sempre esteve intrinsicamente ligada à sociedade e à seus aspectos religiosos, metafísicos e filosóficos. O ramo da filosofia que estuda a arte é a estética. Estética, do grego perceber, sentir, do Aurélio, estudo das condições e dos efeitos da criação artística ou, ainda, estudo racional do belo, quer quanto à possibilidade da sua conceituação, quer quanto à diversidade de emoções e sentimentos que ele suscita no homem, tem por objeto de estudo a natureza do belo e dos fundamentos da arte. Ela estuda as emoções estéticas, as diferentes formas de arte e do trabalho artístico e a relação entre o homem, a matéria e a forma nas artes.
O conceito de estética é datado de 1750, com a publicação da obra Aesthetica de Alexander Gottlieb Baumgarten, na qual ela adquire autonomia, separando-se da metafísica, lógica e da ética,
Como disciplina, a estética nasce somente com Emmanuel Kant (1724 -1804), em 1790. Em Crítica da Faculdade do Juízo a estética do belo é um estado autônomo, pois a capacidade de receber prazer está intimamente relacionada a outras capacidades cognitivas do ser humano e independe da aquisição de conhecimento, ou seja, para se contemplar o belo, o sujeito independe de sua capacidade cognitiva ou de seu conhecimento, o caráter estético de um objeto é determinado por sua capacidade de proporcionar prazer ao seu receptor.  Se, antes de Kant, a filosofia se prendia a noção uma busca pela essencialidade do belo, é com ele que se delimita pela primeira vez o âmbito próprio para a estética. Kant muda radicalmente a forma de conceber o belo, ou seja, o belo está no juízo sobre a coisa e não na própria coisa.
O filósofo alemão Friedrich Schelling, com seu (1775 -1854) “Sistema do Idealismo Transcendental”,  em 1801 e 1804, proferiu uma série de palestras acerca do estatuto das artes, fundando sua reflexão sobre seu Idealismo Objetivo. Na obra Filosofia da Arte, Schelling apresenta uma reflexão sobre o significado da criação artística e do Cosmos enquanto obra de arte que revela o Espírito da Divindade e que somente o artista era capaz de representar o infinito de forma finita e só ele seria capaz de revelar o artista desconhecido que age sobre todo o universo.

Seguindo os passos de Schelling, seu condiscípulo e compatriota Georg Hegel, em sua obra Fenomenologia do Espírito, afirma que cabe à arte expressar o Absoluto de maneira sensível, sendo isso uma das supremas atividades do espírito. Para Hegel, o belo na obra de arte nasce do espírito humano. A raiz da arte está na necessidade do homem de objetivar seu espírito, transformando o mundo e a si próprio. Já idealismo, converte-se num idealismo absoluto. No sistema hegeliano, a arte está marcada pela transitoriedade: "se a arte serve para tornar o espírito consciente dos seus interesses, ela não constitui o modo de expressão mais elevado da verdade". Hegel, em seus Cursos de Estética (1820 e 1829) propõe a noção de “morte da arte”. Segundo Hegel, “As condições gerais do tempo presente não são favoráveis à arte. O próprio artista já não é apenas desviado e influenciado por reflexões que ouve formular cada vez mais alto à sua volta, por opiniões e juízos correntes sobre a arte, mas toda a nossa cultura lhe torna impossível, mesmo à força de vontade e decisão, abstrair-se do mundo que à sua volta se agita e das condições a que se encontra sujeito, a não ser que recomece a sua educação e se retire para um isolamento onde possa encontrar o seu paraíso perdido”

Depois de Hegel, outras correntes da filosofia sugem, trazendo novas questões sobre a arte. O tema “morte da arte” tem sido alvo de discussões entre artistas e filósofos até a contemporaneidade.  Com o advento de novos tipos de arte e fenômenos culturais como é o caso da fotografia, e, mais tarde, do cinema, da televisão e outras formas de comunicação, e, por fim, do mundo digital, a arte perde seu conceito clássico de reproduzir o mundo, e a importância do artista por sua habilidade e eficiência da execução da obra é diminuída. A arte entra na era das produções técnicas e tecnológicas, causando um total redirecionamento do pensamento, que culmina nos movimentos da arte moderna e contemporânea.

Já no Impressionismo de Monet, Manet, Renoir, Degas, entre outros, podemos perceber o afrontamento e a rebeldia aos conceitos e valores acadêmicos da arte.  Em 1919 a arte chega à abstração. O russo Vassíli Kandínski (1866-1944), com suas formas não-figurativas, utiliza, pela primeira vez nas artes plásticas o termo Expressionismo Abstrato.

Hegel previu a “morte da arte”. As atuais discussões sobre o tema da produção artística contemporânea são extremamente complexas e envolvem várias correntes de pensamento. Talvez o que Hegel tenha previsto, foi, na verdade, a “morte da estética” como ciência. A ciência do belo. A arte em si não acabará, e nem cessarão as produções artísticas, a posto que a arte é uma necessidade humana, assim como a filosofia e a religião. Ainda segundo Hegel  "O mais alto objetivo da arte é o que é comum à Religião e à Filosofia. Tal como estas, é um modo de expressão do divino, das necessidades e exigências mais elevadas do espírito".
Os pensamentos que se seguiram, estão inseridos em um contexto social de uma sociedade materialista. Para o marxismo, a arte e o trabalho são a mesma coisa. Representado por Karl Marx (1818 – 1883) e Friedrich Engels (1820-1895), fundado no materialismo dialético, essencialmente antropocêntrico, a arte é produto do trabalho espiritual-material humano.

A filosofia da existência, ou Existencialismo, tem como ponto de partida e objeto principal da reflexão o modo de ser próprio do homem na sua concretude individual, singular e solitária. Alguns de seus representantes são Soren Aabye Kierkegaard (1813 -1855), Frederico Nietzsche (1844 -1900), Martin Heidegger (1889 -1976) e Paul Sartre (1905 -1980). Para Heidegger, o Papa do existencialismo, a arte, em sua essência, é uma origem. Um modo eminente de acesso da verdade ao ser. Para Sartre, o artista, ao revelar o mundo e propor implicitamente sua mudança, desempenha a função de inventar-se a si mesmo, ao mesmo tempo em que inventa a história.

Segundo Umberto Eco, ocorre um "desvanecimento do valor estético concreto face ao valor cultural abstrato, (...) o prevalecimento da poética sobre a obra, do desenho racional sobre a coisa desenhada", Sobre a idéia de “a morte da arte” de Hegel, Eco acredita em uma morte necessária à transcendência da arte e, talvez, à continuidade de sua existência.

Pensadores como Abraham Mole, Michel Foucault, Roland Barthes e Umberto Eco, ao examinar os problemas tradicionais da estética em função das novas formas de comunicação e informação representadas pelo rádio, cinema e televisão, enfocam a revolução científica e tecnológica dos tempos modernos que, ao transformar o mundo e o homem, cria uma nova realidade artística e social. Com e Estruturalismo, trazem contribuições importantes à análise da obra de arte, vista como estrutura aberta e dotada de significados múltiplos.
Em sua principal publicação, Obra aberta (1962), Eco se lança ao estudo das relações existentes entre a poética contemporânea e a pluralidade de significados, fundamentando o conceito de obra aberta, segundo o qual uma obra de arte amplia o universo semântico provável, lançando mão de jogos semióticos, a fim de repercutir nos seus intérpretes uma gama indeterminável porém não infinita de interpretações.
Walter Benjamin e Theodor Adorno, contemporâneos do nazismo, seguem uma linha original de pensamento estético de inspiração marxista. Benjamin analisa o papel da obra de arte na época da reprodução mecânica e Adorno formula o conceito de "indústria cultural" para designar o tratamento de mercadoria aplicado aos bens culturais na sociedade contemporânea.
Benjamin, em seus estudos sobre Baudelaire não aproximava a psicanálise e a arte, reforçando a tese clássica da arte como sublimação. É autor de A Obra de Arte na Era de Sua Reprodutibilidade Técnica (1935/1936) onde tinha o cinema, como seu objeto de análise. "Manejar a técnica não como um fetiche do holocausto, mas como uma chave para a felicidade”. Sua teoria sobre obra de arte introduziu um conceito indispensável: a visão do cinema como arte que penetra “profundamente as vísceras da realidade”. Para ele, o cinema abriu o acesso ao “inconsciente ótico”; os filmes seriam, então, sonhos coletivos. A partir daí, a crítica cinematográfica passou a ser vista como uma interpretação de tais sonhos.
O pensamento pós-estético de Adorno, busca na estética contemporânea a viabilidade de um resgate da percepção dos sentidos. O caráter de não identidade e de não-imediaticidade da arte moderna é que Adorno vai diferenciar como traço de sobrevivência estética com relação aos fetiches de sua “Indústria Cultural”, onde tudo se torna negócio e o homem é mero objeto de trabalho e consumo. Em sua obra Teoria Estética esclarecer seus pensamentos sobre a salvação do homem, a despeito do nazismo e de outras guerras. Vendo na arte uma forma de libertação. Segundo Adorno, a arte é que liberta o homem das amarras do sistema e o coloca como ser autônomo, livre para pensar, sentir e agir.





A Arte no Pensamento Contemporâneo

As teorias estéticas essencialistas são conhecidas como representacionalismo, expressivismo e formalismo e defendem, a existência uma essência de arte, de propriedades essenciais, propriedades que distinguem os objetos que as possuem de todos os outros.
No representaciolismo, teoria da arte como imitação, de filósofos como Platão e Aristóteles, uma obra de arte seria tão boa quanto mais se conseguisse se aproximar do objeto imitado. Os defensores mais recentes da teoria da arte como imitação, acabaram por substituir o conceito de imitação pelo conceito mais sofisticado de representação.
No expressivismo, uma obra de arte só é arte se exprime os sentimentos e as emoções do artista. Muitos defensores desta teoria, lançaram-se na pesquisa biográfica do artista que a criou, pois só assim estariam em condições de compreender os sentimentos que lhe deram origem, sem o que uma correta avaliação da obra não seria possível. Um exemplo seria Sigmund Freud que no seu livro Uma Recordação de Infância de Leonardo da Vinci, se aventura a especular sobre as profundezas psicológicas do artista.
  O crítico inglês Clive Bell (1881-1964), através do livro Art (1914), nos propõe a noção de forma significante qualidade comum a todas as obras de arte visual, onde afirma que certas formas e relações de formas, estimulam as nossas emoções estéticas. considerando que não se deve começar por procurar aquilo que define uma obra de arte na própria obra, mas sim no sujeito que a aprecia, a que chama emoção estética. A teoria essencialista de Bell é a teoria da arte como forma significante, ou teoria formalista.
Com base nas insuficiências das teorias essencialistas, alguns filósofos, como Morris Weitz, simplesmente abandonam a idéia de que a arte pode ser definida. Em seu livro "The Role of Theory in Aesthetics" (1956) Weitz questiona todas as teorías que até então haviam tentado definir a natureza e a essência da arte. Propondo a idéia de “conceito aberto”, cujas condições de aplicação são reajustáveis, podendo ser corrigido de modo a alargar o seu uso a novos casos. Segundo Weitz, “a arte é em si mesma um conceito aberto e mutante, um campo que se jacta de originalidade e inovação (...) O que converte um conceito em aberto é que as condições para sua aplicação possam mudar e corrigir-se”.
 Outros pensadores contemporâneos, inspirados no filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein, que reduz a filosofia a jogos de linguagem, como George Dickie, criador da “teoria institucional da arte”,” apresentaram definições não essencialistas, apelando para aspectos extrínsecos à própria obra de arte. Para Wittgenstein “Acerca daquilo de que se não pode falar tem que se ficar em silêncio.”“.

Em 1984, o professor de filosofia Arthur C. Danto anuncia o "fim da arte”. Em sua teoria, apresenta duas noções chaves: “artworld” e "fim da arte”. Nesta última, no entanto, não pretende afirmar que os artistas deixariam de produzir; refere-se sim, ao “fim da história da arte, com a quebra das fronteiras que separam a arte da filosofia, com ambas as atividades passando para as mãos do artista, quando este, não só através de comentários sobre sua obra, mas principalmente através de sua própria obra, passa a teorizar sobre a arte.
 Assim, na época do “fim da arte”, os heróis da arte, para Danto, são figuras como Marcel Duchamp, com seu “Fountain”, e Andy Warhol, com suas “Brillo Boxes”.
Recentemente, Nelson Goodman, importante filósofo americano, conclui que a pergunta “O que é arte?” deve ser substituída por uma mais adequada: “Quando há arte?”. Na visão de Goodman, "A diferença entre arte e ciência não é a que existe entre sentimento e fato, intuição e inferência, deleite e deliberação, síntese e análise, sensação e celebração, concreção e abstração, paixão e ação, mediação e imediação ou verdade e beleza, mas antes uma diferença de dominância de certas características específicas de símbolos." Abordando temas como metafísica e filosofia da arte, no livro Modos de fazer Mundos (1998)
Novos paradigmas foram traçados pela ciência. Em um mundo agora globalizado, todas as áreas tendem a interdisciplinaridade. A tecnologia oferece novos caminhos. A computação gráfica gera novas possibilidades. O termo “arte tecnológica” já parece estabelecido e o instrumento artístico é o computador, que oferece os mais diversos e surpreendentes programas. Nas próximas décadas, uma tecnologia galopante nos levará a desenvolvimentos técnicos nunca antes imaginados.
Novos pensadores surgem e a reflexão sobre a real designação de "arte" continua. Algumas correntes do pensamento irão valorizar a arte simplesmente como um campo de efetuações, não dada a interpretações, porém, como qualquer área de concentração do pensamento humano, a arte tende à interface.
A “arte conceitual" genericamente relê a “morte da arte” de Hegel, como artefato, como representação do mundo, enfim como uma "verdade" em si mesma. Porém a arte é imortal. Como hoje afirma Ferreira Goulart a “morte da arte é como a morte da morte: não pode ocorrer”.
Talvez, quem tenha morrido tenha sido o artista renascentista. Que com sua incrível habilidade retratava lindamente, à mão livre, com grande esforço e tempo, a natureza e a si próprio. Hoje, o artista, que é também cientista, e cujas habilidades e pensamentos são mais questionados que nunca, se divide em meio a uma arte que se expande. Na impressionante ruptura entre a estética, a arte como técnica e a arte como expressão.


Design também é arte?

Nem todo designer pode ser considerado artista, mas não acredito que o design não possa ser considerado arte. Para mim, tudo pode ser considerado arte, dependendo de quem e de como lhe façam uso.

A arte depende do artista e da mensagem que ele propõe, não da técnica ou materiais.  Existe esta questão de crucificar o design, talvez pelo seu cunho comercial, mas não sou desta linha, existem vários artistas gráficos designers.

Inúmeros exemplos na história, como Toulouse Lautrec, cujas obras são verdadeiras obras primas de design. Na época, cartazes de cabaré, hoje consideradas obras de arte.  Isso sem falar da pop arte de Andy Warhol, que em sua época foi muito criticado por usar imagens inusitadas, como embalagens de Coca-cola e sopas Campbel. Hoje é considerado um artista dos mais geniais. Citei dois, mas existem vários. E, como o design é muito abrangente, podendo se estender à várias frentes, como à joalheria, por exemplo, o considero manifestação artística, sim. Uma jóia é uma obra de arte. O designer de jóias, um artista.

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